segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Preparação de elenco

Ensaios acontecendo: Muita experimentação e risco!

Trechos do diário de bordo deste processo:
Ponderamos e discutimos muito sobre como fazer cinema no contexto teatral. Há uma grande preocupação, até mesmo por parte da equipe, com a teatralização das cenas que correspondem à passagem de Zé da Silva da vida para a morte. O teatro será proposto como estética, luz, maquiagem, música, etc, aproveitando das inúmeras possibilidades e recursos que ele pode dar. Trucagens cinematográficas e os bastidores poderão aparecer em algumas cenas, o que afirmará um pouco mais nosso “udigrudi”. Porém, acredito que a atuação deverá ser caricata, mas não teatral. Falei aos atores: Mais do que uma questão de energia em cena, o que devemos nos ater é para o fato de estarmos dialogando com a câmera e não com o público, mesmo nas cenas em que os personagens dialogam com a câmera. A idéia é (como nos filmes de Kusturica) que estes personagens sejam representados quase como arquétipos.

Outro ponto importante da conversa foi o fato de, ao ser criado o texto original fizemos (os autores) uma pesquisa sobre a morte. Vimos que existem as fases da morte: Negação, ira, tristeza e aceitação. Todo o texto, e conseqüentemente, o roteiro foram criados a partir dessa mola propulsora. Daí, acredito eu, que o ritmo das cenas do palco e atuação ideal dos atores serão muito respaldadas nesses quatro passos. Assim, tentaremos driblar o descompasso cênico e a linearidade e superficialidade das atuações, pois os personagens delimitarão suas trajetórias (principalmente, do Zé da Silva!)

Sganzerla, Meliér, David Linch, Kusturika, Lars Von Trier... Muitas referências se fazem presentes. Mas como? Estamos descobrindo, assumindo as trucagens, a não-linearidade, a quebra da continuidade, os bastidores, o teatro. Mas isso é difícil! Aí, Baco, onde fui me meter?

Como disse David Linch em sua passagem pela UFMG há quase 3 anos atrás: “Não deixe a idéia lhe escapar! Ela é como uma isca de peixe quando lançada à água; uma idéia chama várias outras. É importante não perder este foco!”

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